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Ciclo perfeito: a logística reversa


Por Paula Cunha, revisado por Gustavo Emmanuel


A logística reversa é um sistema capaz de interligar todo o ciclo de vida do produto, fazendo com que as empresas sejam responsáveis não só pela comercialização dos bens, mas também pela reutilização ou destinação final dos resíduos gerados. Ela pode levar a um uso mais consciente de insumos e a geração de uma quantidade menor de lixo no planeta. Uma vez que a vida útil de um produto finaliza, as embalagens e materiais - que sem a logística seriam descartados - voltam as firmas podendo ser utilizados novamente na cadeia produtiva. Isto pode ser feito por meio da reinserção do material em um processo industrial ou, se não houver mais nenhuma utilidade, é feito o descarte de forma adequada, de modo a proteger o meio ambiente.


Esse método não é nenhuma novidade, existem empresas internacionais que já adotam a logística reversa há mais de 30 anos. Isso não é surpreendente, levando em conta os benefícios que esse tipo de ação podem gerar, não só na proteção do planeta, mas também para as próprias entidades que são beneficiadas economicamente. Gigantes como a Apple, Samsung, HP e Philips fazem recolhimento de eletrônicos fazendo com que seja possível a volta dos materiais à produção. A Bridgestone, conhecido conglomerado japonês do setor da borracha é, também, uma referência em logística reversa. Os pneus que voltam à suas instalações são triturados e utilizados pela indústria automobilística, de calçados ou até mesmo como insumo para produção de asfaltos.


As empresas brasileiras têm mostrado interesse e eficácia na implementação da logística reversa na indústria nacional. Natura, O Boticário, Embelleze, todas do setor de cosméticos, recolhem embalagens e caixas e promovem a reinserção desses materiais na produção. Para mais, Correios, Nestlé, Bombril, Seara, Walmart, Ambev, Guaraná Antártica são algumas das empresas que têm implementado estratégias nesse sentido. Portanto, reduzindo seus custos, sendo ambientalmente conscientes e se adequando às diretrizes dispostas na Agenda 2030 da ONU, e no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).


A Lei 12.305 de 2010 (PNRS) dispõe o que é a logística reversa: “conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei.". Dessa maneira, há um incentivo formal para que grandes, médias e pequenas empresas adotem ações para gerir os seus resíduos. Assim, é possível reduzir o descarte de materiais que poderiam ser utilizados em outros processos de produção, garantindo o uso mais eficiente das matérias primas e da energia.


Por meio do Plano Nacional, alguns setores produtivos obrigados a implementar a logística reversa. As embalagens de agrotóxicos, óleos lubrificantes usados e contaminados, pilhas e baterias são exemplos de objetos que voltam ao ciclo produtivo e são reutilizados. O Decreto nº 7.404, de 2010, que regulamenta a PNRS criou um Comitê Orientador para a Implantação de Sistemas de Logística Reversa (Cori). Esse é composto por técnicos de vários ministérios, sendo presidido pelo Ministério do Meio Ambiente. O Cori tem por propósito tornar as diretrizes dispostas no Plano em realidade, fazendo com que a adoção da logística reversa seja viável para as empresas.


As grandes companhias têm adequado seu processo produtivo para a consecução de ações sustentáveis para a gestão de seus resíduos, já que o mundo está cada vez mais consciente da necessidade desse tipo de ação. Ademais, associações industriais e de comércio tem incentivado empresas de médio e pequeno porte a aderirem a produção sustentável. A adesão à Logística Reversa por um grande número de setores pode aproximar os países da chamada economia circular, ou seja, do desenvolvimento econômico alcançado de forma sustentável.


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