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Resíduos Sólidos e Meio Ambiente


Por Paula Cunha, revisado por Gustavo Emmanuel


O lixo tem sido uma preocupação crescente na agenda ambiental, isto porque o número de resíduos produzidos cresce de forma proeminente e preocupante. Na América Latina e Caribe, segundo relatório da ONU, são produzidos 541.000 toneladas por dia e a estimativa é que até 2050 esse número cresça em 25%. No Brasil, calcula-se que cada habitante produz 1 quilo de lixo por dia. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), só em 2018 foram 219 milhões de toneladas.


Esta rápida produção de resíduos vem sendo apontada como intolerável pelas agências ambientais. Neste contexto, a gerência desses materiais e a diminuição do consumo são fundamentais. O Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável delineiam metas que se propõem a solucionar a problemática do lixo. Destacam-se os ODS 6 e 14 que dizem a respeito da água, o 11 e o 12 sobre a sustentabilidade do consumo e das cidades e, por fim, o 13 que diz sobre as ações para combater as mudanças climáticas.


A qualidade da água e a vida aquática vem sendo afetadas diretamente pelo descarte mal feito do resíduos. Estima-se que 15% do lixo do planeta esteja nos oceanos. Em 2019, no Fórum Econômico Mundial, projetou-se que se a situação do lixo não for resolvida, em 2050 haverá mais resíduos que peixes nos mares. Só no Brasil, em 2018, foram 6 milhões de toneladas descartados em rios e mares. Os números são preocupantes, haja vista que as águas marinhas são fundamentais para a regulação do oxigênio e o lixo pode comprometer severamente a biodiversidade marinha. Sem contar que a contaminação causada por substâncias tóxicas presentes nos resíduos podem comprometer a saúde humana e, ainda, poluir rios e lençóis freáticos levando a acentuação da escassez da água potável.


A solução das questões apontadas pode ser feita a partir do incentivo ao uso de materiais que possam voltar a cadeia produtiva. Essa é uma tendência que permite que o consumo seja feito de forma mais sustentável, diminuindo a quantidade total de resíduos produzidos e possibilitando uma economia circular. Nessa linha, ações de logística reversa adotadas pelas empresas podem ser eficientes, uma vez que reduzem inclusive a necessidade de insumos advindos de matérias primas cada vez mais escassas, caras e poluentes, como as derivadas do petróleo.


Além disso, é fundamental a instituição de instrumentos como a coleta seletiva, a triagem, a extinção de lixões e aterros e, claro, a valorização dos profissionais que fazem a manutenção dos resíduos sólidos. No brasil, grande parte do lixo - 40,5%, em 2018 - vai para lugares impróprios e a céu aberto, prejudicando a vida de trabalhadores e de moradores de regiões periféricas a esses lugares. Na América Latina, o descarte inadequado chega a afetar 40 milhões de pessoas que residem, geralmente, em bolsões de pobreza ou áreas rurais. Desse modo, a adoção de ações para a diminuição do consumo e a boa gestão do lixo são primordiais.Desse modo, a adoção de ações para a diminuição do consumo e a boa gestão do lixo são primordiais.


Para que o planeta não chegue a uma situação catastrófica, onde o meio ambiente é incapaz de processar o enorme volume de lixo produzido, todos os indivíduos precisam enxergar-se como atores responsáveis pela modificação deste cenário. Para tal, é necessário estratégias integradoras entre o Estado, as empresas, a sociedade consumidora e os profissionais que se dedicam ao ao recolhimento e destinação do lixo. Assim, políticas públicas inovadoras e efetivas podem ser capazes de diminuir o consumo de recursos escassos e conduzir a população à produção e ao consumo sustentáveis.


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