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Resíduos Sólidos e Saúde Pública


Por Paula Cunha, revisado por Gustavo Emmanuel


Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável compõem a Agenda 2030 da ONU e contemplam diversos setores. Além disso, tem como objetivos centrais a promoção dos direitos humanos e do bem-estar da população de forma sustentável. Neste post, iremos nos debruçar sobre um ODS que aspira a melhoria da saúde coletiva e relaciona as suas metas específicas com os resíduos sólidos.


No Brasil, a categorização feita pelo Plano Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) divide os resíduos sólidos urbanos em materiais orgânicos e recicláveis, como é o caso do aço, vidro, plástico e papel. Neste sentido, a PNRS diferencia resíduos sólidos (materiais que podem voltar a cadeia produtiva) de rejeitos, os quais não podem ser aproveitados.


Infelizmente, a reutilização desses objetos faz-se improvável na medida em que ainda se recupera pouco desses materiais. Além disso, na maior parte das vezes, o descarte é feito de forma inadequada, o que gera prejuízos ao meio ambiente e à saúde humana. Ademais, os resíduos sólidos podem ser uma fonte de gases de efeito estufa (GEE), podendo ainda prejudicar o solo, a água e contaminar o ar quando levados para lixões a aterros sanitários.


Em termos de saúde humana, existem duas problemáticas principais: os danos ao bem-estar dos profissionais que fazem o recolhimento e a destinação dos resíduos sólidos e os malefícios causados às regiões onde é feito o descarte, por estarem expostos a diversas substâncias tóxicas. O ODS 3 - Saúde e Bem-Estar - delimita as diretrizes quanto à saúde coletiva. Dentre as metas principais estão a diminuição da mortalidade infantil e neonatal (3.2), o combate a epidemias e doenças transmissíveis pelo contágio da água por produtos químicos (3.3), por fim, a redução de mortes por conta da poluição e da contaminação do solo, ar e da água (3.9). Todas essas metas objetivam uma melhora na saúde humana, que pode ser obtida por meio do manejo adequado dos resíduos sólidos.


Os profissionais que manuseiam esses materiais, tanto os catadores de recicláveis como os que trabalham em lixões e aterros, estão ainda mais expostos a riscos. Isso se dá em virtude da falta de equipamentos adequados, tanto de segurança como de proteção. A exposição a metais pesados, produtos químicos, e agentes infecciosos pode levar a doenças como a hepatite B, doenças respiratórias, osteomusculares e lesões por acidentes, em especial aos indivíduos que trabalham com a recuperação de resíduos.


As áreas onde são realizados o descarte dos resíduos, bem como as regiões próximas a essas localidades, também enfrentam problemas severos quando se trata de saúde coletiva. A dispersão pelo ar e pelo solo, a lixiviação e o chorume são vetores de doenças que afetam essas populações. Há estudos que indicam que os residentes desses lugares podem possuir níveis elevados de metais pesados no sangue, propensão ao desenvolvimento de câncer e anomalias congênitas.


Diante dessas consequência graves da gestão inadequada dos resíduos sólidos, cabe à população revisar seus hábitos de consumo e descarte. Para mais, é fundamental o cumprimento de propostas como as do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), uma vez que políticas públicas que se atentem a administração dos resíduos no Brasil podem levar à solução concreta dos problemas citados.


A condução de estratégias que pensem em todo o ciclo de vida dos materiais e com um foco na etapa final é essencial. Essas podem afetar efetivamente a vida dos indivíduos que estão envolvidos de forma direta e/ou indireta por trabalharem ou residirem em regiões próximas a lixões e aterros. Na medida em que ações para lidar com a problemática são consolidadas, a saúde coletiva dos indivíduos é impactada, já que os vetores de transmissão diminuem. Portanto, quando o meio ambiente é protegido, os índices de doenças relacionadas aos resíduos decaem e as metas traçadas pelo ODS 3 podem ser auferidas de forma exitosa.


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